Ala feminina do Ocupa Palestra divulga nota contra Leila Pereira

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O grupo de mulheres do grupo político do Palmeiras “Ocupa Palestra”, que é de oposição à presidente Leila Pereira, divulgou uma nota contra a mandatária.

A nota cita a importância do combate ao machismo no futebol, mas afirma que Leila justifica as críticas recebidas com esta pauta, quando as críticas são em relação à gestão, falta de transparência e outras questões.

Confira a nota do Ocupa Palestra:

“Nota das mulheres do Coletivo Ocupa Palestra à Leila Pereira

Mesmo com o crescente avanço das pautas feministas, infelizmente, casos de machismo no mundo do esporte ainda são completamente cotidianos. No futebol, o esporte mais celebrado em nosso país, fica evidente que precisamos superar barreiras culturais para diminuir a desigualdade de gênero. É inegável que o futebol é controlado por homens, que estipulam a maioria das regras e tomam a maioria das decisões.

Neste cenário, a presença de mais mulheres no mundo esportivo é um passo fundamental para conquistar espaços historicamente dominados por homens, principalmente no futebol, onde o ambiente para as mulheres na maioria das vezes é hostil e intimidador. O debate social sobre igualdade de gênero é fundamental para que as mulheres sigam lutando e avançando em diferentes áreas, inclusive no futebol, abrangendo jornalistas, atletas, árbitras e cargos de liderança, como Leila Pereira, presidente do Palmeiras eleita em 2021.

No entanto, há preocupações legítimas em relação à gestão de Leila, independente de seu gênero. Acreditamos que sua administração é autoritária e com pouca transparência. Por isso, nós, do Ocupa Palestra, temos questionado a transparência administrativa e financeira, as condutas autoritárias, as retaliações contra conselheiros, consulados, grupos organizados e sócios, a necessidade de profissionalização da gestão, conflitos de interesse e a completa falta de compromisso com práticas democráticas por parte de Leila Pereira. Já denunciamos e denunciaremos isso quantas vezes for necessário, na gestão de Leila ou em outras gestões.

De fato, é lamentável que, assim como todas nós, mulheres, Leila enfrente o machismo em seu dia-a-dia, uma vez que todas somos alvos diários do machismo e da misoginia que assola o mundo. Assim, repudiamos veementemente qualquer forma de ataque machista não somente a Leila, mas a qualquer mulher. Porém, questionar sua forma de gestão não é questionar sua capacidade de gerir o Palmeiras por ser mulher, e sim porque, independente de seu gênero, raça ou classe, Leila deveria se reconhecer no mesmo regime democrático que todas e todos nós.

Também no Ocupa Palestra há mulheres com participações ativas e respeitadas, seja no Clube ou em outras áreas de atuação. E nos inquieta muito que a presidente use o debate de gênero como escudo para minimizar críticas à sua gestão. É extremamente preocupante que Leila recorra ao machismo para lidar com críticas feitas por nosso coletivo, nossos conselheiros, torcedoras e torcedores, e até mesmo pela imprensa. Críticas que não estão relacionadas ao fato de ser mulher, mas sim às práticas questionáveis de sua administração.

É importante reforçar que sempre buscamos discordar e questionar de forma respeitosa, na esperança de incentivar discussões construtivas que permitam ao Palmeiras continuar evoluindo. Leila Pereira poderia, inclusive, ter se empenhado mais na promoção do futebol feminino, na inclusão de mais mulheres no Conselho e em ações voltadas para as torcedoras.

Nosso posicionamento é manter o diálogo, sempre com respeito, e, quando necessário, adotar medidas mais rigorosas e formais nos órgãos responsáveis pelo cumprimento das obrigações do Clube. E isso vale para todos e todas.”


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