Weverton vê lado positivo da derrota do Palmeiras para o River Plate
Goleiro acredita que derrota pode ser bom para o Palmeiras analisar os erros e melhorar
A classificação do Palmeiras contra o River Plate pela Copa Libertadores acontece de forma dramática, mas o goleiro Weverton, um dos responsáveis pela classificação palestrina, vê um lado bom. Um dos protagonistas do Verdão na partida, o camisa 21 acredita que a derrota será boa para servir de aprendizado para o elenco.
O jogador comentou em entrevista coletiva que em caso de uma nova vitória do Palmeiras sobre o River, poderia se criar um clima de oba-oba, o que não seria bom para o elenco, e desta maneira o time ficará com os pés no chão:
“A gente nunca achou que seria fácil, mas estamos na final e isso é o que mais importa. Temos que olhar, rever o que temos a melhorar, mas a gente alcançou o objetivo que é chegar à decisão. Vamos analisar as falhas. Eu vejo como uma forma positiva porque vai que a gente ganha bem e acha que o Palmeiras é o melhor time. Não. A gente sabe como vai ser difícil. Aconteceu isso pra gente parar e respirar pra corrigir os erros e ir 100% focado para a decisão.”
Weverton também acredita que o River Plate chegou ao jogo sem responsabilidade e mais leve, o que acabou dificultado para o Palmeiras:
“A gente sabia que quando fizemos 3 a 0 não tinha nada ganho. Agora você imagina um time que não tinha nada a perder, ele vem se atirar e jogar com qualidade. O River joga junto com esse treinador há 6 anos, jogadores de seleção argentina, uruguaia, colombiana, todos de alto nível. Tomamos gol de bola parada, perdemos o Gómez que é um líder do time, que era necessário ter um líder como ele e aí sofremos naturalmente como era, mas é Libertadores, não tem nada fácil.
Veja outros trechos da coletiva de Weverton, titular do Palmeiras:
Abraço com Abel Ferreira:
Aquele abraço é de dever cumprido, né? A gente tinha uma missão e era chegar à decisão. Cumprimos ela. Quem vive o dia a dia sabe o quanto a gente queria viver esse momento, chegar nessa decisão, queria conseguir passar de fase e conseguimos. Aquele abraço é de dever cumprido, de agradecimento por todo o esforço. A gente joga junto. Eu não me vejo sendo treinador nunca porque não é fácil. Vida de treinador, o cara não deve dormir bem. Deve ficar pensando, armando o time, pensando no adversário. Aquele abraço representa o abraço de todos os jogadores, palmeirenses e envolvidos na partida que foi o abraço de conseguimos chegar à decisão. Conseguimos nosso objetivo. Muita gente falou que queria dar o abraço que o Abel deu em mim.
Admiração a Abel Ferreira:
O Abel é um cara que admiro muito por muitas coisas. Ele é um cara muito profissional, positivo. O que mais me chama a atenção é a positividade dele. Sempre motiva o time. Trabalha muito concentrado. Pede muita concentração, pede muito foco, baliza zero como ele fala. Isso mexe muito comigo. O elenco tem aprendido muito com ele. Ele tem sido o cara que dá oportunidade para todos, treina todo mundo do mesmo jeito e isso motiva todo mundo. Ele tá fazendo um grande trabalho e estamos muito felizes. Não é à toa os resultados, finalista de Copa do Brasil e Libertadores, temos oportunidade de avançar no Brasileiro e devemos muito ao Abel.
Projeção para final contra o Santos:
A gente sabia que ia ser muito difícil o River Plate, joga muito agressivo, assim como o Santos, mas tenho certeza que o Abel está estudando e analisando. Com certeza vamos nos preparar bem para neutralizar a forma deles jogar. O bom de ser uma final de times brasileiros é que a gente se conhece bem. Tenho certeza que conhecemos bem os jogadores do Santos assim como eles nos conhecem. Com certeza vai ser um jogo diferente do que foi contra o River por ser times brasileiros que se enfrentam muito mais vezes. Então a gente sabe que vai ser um jogo totalmente diferente.
Preparação diferente para uma temporada atípica:
Realmente essa temporada foi diferente de todas. E a gente tem se preparado para ela diferente. A gente tem ficado mais em casa, procuramos nos alimentar melhor, dormir melhor. Eu tenho meus acessórios, minha botinha, meu gelo, pra fazer tudo que é necessário. Aproveitar o tempo em casa para recuperar. Para goleiro, quanto jogar mais, melhor. No jogo que aparece a situação diferente, as coisas novas que o jogo oferece e eu entendo que quanto mais jogar, melhor. Acho que deixar goleiro fora de jogo, às vezes os outros querem jogar, mas eu prefiro estar sempre jogando. Eu me sinto pronto, preparado. Estamos onde queremos, é cansativo, mas prazeroso pelos objetivos alcançados.
Usar a 12 de Marcos:
Eu me sinto muito orgulho e satisfação onde grandes goleiros jogaram. Palmeiras sempre teve tradição de goleiros e representar é muito especial. E quando você vê o Marcos, seu ídolo, te oferecer uma camisa que foi histórica para ele, que representou, chega a ser emocionante porque eu nunca imaginei isso. Nunca imaginei vir dele isso, mas eu respeito muito ele e por tudo que ele fez com essa camisa, foi uma vida inteira dedicada ao clube com grandes defesas e atuações, sendo um líder em campo, acho que nada mais justo que a camisa seja eternizada para sempre. Goleiro nenhum deveria usar essa camisa por tudo que ele fez. Meu maior desejo é poder aposentar uma camisa também, quem sabe a 21 e ele aposentou uma e eu a outra.
Reconhecimento pelo jogo contra o River:
Lógico que esse jogo mexeu muito com meu sentimento e com os torcedores. O que mais recebi nessa rede social é que o espírito do Marcos estivesse comigo e acho que ninguém imaginou que ia passar muito por minhas mãos. Eu me assustei quando fui escolhido o melhor em campo. Depois falaram que eu fiz 10 defesas e eu não acreditei de tão louco que eu estava no jogo. Eu fico muito feliz, quero que se repita igual 1999. A gente sabe que vai ser uma grande decisão, mas que em 2021 acabe como em 99 que estaremos muito felizes.
Idolatria no Palmeiras:
Em relação a ídolo, eu não me considero. Isso a gente deixa para torcedor julgar. Tem jogador que não ganha título e se identifica tanto que a torcida o ama. Tem gente que ganha muitos títulos e não tem tanto reconhecimento, mas o mais importante é que o torcedor e me veja como uma pessoa que ama o que faz, que ama o Palmeiras, que ama o clube se preparando para dar alegria. Eu não faço gol, mas às vezes tô lá para salvar e manter o placar em zero.
Final merecida:
É diferente em tudo. Acho que duas grandes equipes que fizeram muito por merecer chegar nessa decisão. Valorização do futebol brasileiro, dois clubes paulistas. Vai ser uma grande decisão, estamos felizes de estarmos nessa decisão e esperamos sair com o título. O Santos tem muito mérito de chegar. Conhecemos os jogadores que têm lá, mas estamos confiantes, jogando nossa vida, vivendo os 90 minutos mais intensos e maravilhosos da nossa vida. É o nosso desejo, de estar em um dia inspirado e acho que dar os parabéns ao Santos e ao Palmeiras. Não chegaram por acaso. Lamentamos não ter torcida, mas sabemos o quanto a gente respeita o momento. Tenho certeza que se formos campeões, eles vão comemorar como se estivesse lá com a gente.